Insanidade (ou descaso diante da frequente impunidade?). Leva a agressões pelos motivos mais tolos. Tanto ouvimos falar de tais agressões. Um rapaz sofre na UTI, pois apanhou com barra de ferro por força de uma discussão de trânsito. E este assunto fica como algo a mais, apenas. Uma notícia. Nem choca. Perdemos o hábito de usar o sinal de exclamação. Cadê nossa surpresa, nossa revolta?
Injustiça. O mais empenhado pode ser preterido por interesses políticos (no mal sentido). “Parte da vida” - pensamos. “Quem mandou se envolver em questões políticas?” “Acontece. Era algo esperado.” Etc., etc. e etcs. Consolos impostos. “Conforme-se! Você é obrigado a se conformar!”
O dia-a-dia nos endurece. Faz-nos distantes. Mas o dia-a-dia nos atinge, vez ou outra. No meu caso, não sou o atingido, mas pessoas próximas. Bem próximas. E aí se sente o gosto amargo da insanidade e da injustiça. O que fazer?
No primeiro caso, reagir. Fazer tudo o que for lícito para se ter justiça. Se esta não vier, não será pela omissão dos ofendidos.
No segundo caso, também reagir. Talvez, a reação já não reverta a injustiça. Então, deixe-se reagir por simples manifestação de revolta. Praguejar, xingar, chorar. Liberar a raiva e mostrar a injustiça. E aí poderá vir a verdadeira reação. Novas possibilidades e oportunidades para – não se conformar – mas mostrar que o mérito do trabalho ainda é mais do que o jogo de interesses e intrigas.
E eu, como pessoa próxima, fico apenas a me questionar se uma mudança global um dia acontecerá. Acho que insanidades sempre existirão, então é torcer para se manter distante e não se omitir diante delas. Agora e as injustiças? Será que mudará? Não sei. Só posso fazer minha parte para que mude e ajudar. Espero um dia ter a descencência e a capacidade de ajudar não só aos próximos.