O BRASILEIRO É UM NARCISO ÀS AVESSAS QUE COSPE NA PRÓPRIA IMAGEM...

Ontem, ouvi esta frase em um monólogo teatral. Explico: a faculdade em que ensino está na sua Semana do Direito e, antes da palestra de abertura por nacionalmente conhecido constitucionalista, um professor de teatro da UFC foi convidado para apresentar uma aula-espetáculo.

Brilhante, é o que posso dizer. Claro que há exageros, afinal, é teatro. O exagero contribui à transmissão de mensagem. E claro que não concordo com tudo que foi dito, ou estaria apenas repetindo um discurso já feito. O senso crítico de cada um está aí para filtrar as mensagens, separar o que há de excesso ou discrepante, e apreender com o útil.

Mas concordo que há um hábito nacional em se subestimar, em se diminuir, em se criticar (sem se superar). Acostumados com a condição de sub, esquecemos de olhar para as potencialidades que levam (ainda pouco) e poderiam levar esse país a vôos inimagináveis, ao topo.

Não estou inovando no que penso. Desde tempos de colégio, tenho certo apego ao local, ao nosso. Entenda-se bem que não sou contra globalização. Muito ao contrário. Declaro-me um adepto ao capitalismo e ao globalizado. Nada disto impede a valorização e o crescimento do que é próprio do Brasil. Afinal, tantos países desenvolvidos se inserem de cabeça na globalização e não perdem sua identidade.

Era por já pensar assim que eu quereria apreender pelo mundo, mas sem negar que estaria aprendendo e crescendo como brasileiro, disposto a contribuir se conveniente para o crescimento do meu país. Nunca tive e não tenho a pretensão de dizer-me “um cidadão do mundo”. Expressãozinha besta, aliás. Ninguém é um cidadão do mundo, apenas se pode ser alguém que renega a condição de cidadão de qualquer lugar. Um envergonhado ou desapegado apenas.

Polêmico? Talvez, em parte no que foi aqui escrito. Idéias lançadas, mais do que pensadas. Mas me pergunto se há polêmica na frase título? Creio que não. Como um todo, nosso povo parece se envergonhar de ser brasileiro. Isto tem melhorado e deve continuar melhorando. Não significa fingir que problemas inexistem, mas agir para que problemas sejam superados. Agir, valorizando nossas potencialidades.

Como fazer isto? Desenvolvendo indignação com a realidade e tendo dignidade para mudar. A idéia é esta. Mãos à obra.

Palavras de Giuliano "Chuck", às 14:10h.