Tropa de Elite

Demorei a assistir e demorei mais um bocado para comentar. Mas vamos lá.

O filme é massa. Bando de bicho invocado, aquele pessoal do Bope. Acho que eles ganhariam até dos 300 de Esparta. Mas só porque usam armas de fogo...

Ainda pensando em filme, não considero Tropa de Elite melhor do que Cidade de Deus. Acho que este último é melhor filmado (dirigido, editado, fotografado e aquelas outras categorias obscuras de festa do Osca) e de melhor história.

Agora, Tropa de Elite tem um impacto no contexto social bem maior. Indignados com a criminalidade e embrutecidos por ela, várias pessoas saem do filme dizendo que: “tem que ser assim mesmo”.

De fato, bandido deve ser tratado como bandido, sem aquele papo de se explicar porque a sociedade fez de fulano um criminoso. Tem muita gente pobre, mas que nem por isso rouba, mata, etc. Portanto, quem é bandido não é herói. É criminoso e tem que ir para a cadeia.

Mas não concordo com tortura e nem com assassinato a sangue frio (execução). Já não concordava por princípios. Especialmente por achar que inocentes acabam sofrendo no meio de bandidos. Passei a contar com um argumento ainda mais objetivo: a estratégia de tratamento de guerra não funciona. A criminalidade no Rio não diminuiu diante da estratégia seguida pelo BOPE. Ao contrário, os bandidos se armaram ainda mais e, no final, a guerra sobra para a população (vide revista Super Interessante deste mês).

Por outro lado, o filme tem uma mensagem muito importante: ao usar produtos contrabandeados (drogas, no exemplo do filme), o usuário está contribuindo com a criminalidade. O tráfico em geral passa por subornos, violência e outros crimes. Quem compra, é conivente com isto.

Muita gente percebe e concorda com a mensagem transmitida pelo filme. Só falta agir de acordo. Reconhecer que, em algum momento, contribuiu e, na seqüência, decidir que não contribuirá mais. Aí, quem sabe, o discurso baterá com a realidade.

Palavras de Giuliano "Chuck", às 14:30h.