Volta de carnaval. Madrugada. Ninguém em casa. Tranqüilo. Tenho certeza que a chave está no bolso da mala. Não, não está. Talvez, na carteira. Nos bolsos das bermudas. Put... Perdi a chave. Consulto a lista telefônica. Item: chaveiros. Ligo para o primeiro:
Ele: “Chaveiro 24 horas. Boa Noite.” Eu: “Boa noite. É que eu estou precisando de um alguém para abrir a porta da minha casa...” Ele: “Moço, nós não estamos funcionando.” Eu: “Por causa do Carnaval?” Ele: “Não. É que a gente só funciona das 08:00 até as 22:00” Eu: “Mas não é 24 horas?” Ele: “Exatamente” Sem resposta e, apesar de tudo rindo, agradeço e desligo.
No final, há outro que realmente atende 24 horas. E a chave, eu tinha esquecido em casa mesmo.
Reunião com cliente. Pessoa não habituada com os percalços de uma ação judicial. Paciência é o que não me falta para explicar detalhes, termos jurídicos, simplificar o trâmite, enfim. Mas há algo que o cliente não aceita: o Juiz não tem prazo para decidir um certo pedido. Explico que a lei até prevê um prazo, mas os juizes se liberam ao argumento de excesso de trabalho. Além do que, o pedido foi formulado recentemente... E aí vem a interrupção:
Cliente: “E não tem como a gente pegar esse Juiz, botar num carro e mostrar o que é que aquele (um sonoro xingamento é o nome da outra parte) está fazendo?
Eu: “Tem. E isto é que nós chamamos de seqüestro”.