O FANTÁSTICO MUNDO DE CHUCK

24.3.06

Sem stilo, mas vivo e crente na humanidade

Madrugada de sexta. Voltando de aniversário. Rua Tenente Benévolo. Sinal verde. Caminhonete vindo em alta velocidade pela Rui Barbosa. Sinal vermelho. Tento frear, mas o desgraçado atinge minha lateral direita.

Carro gira. Sobe calçada. Fumaça saindo do motor. Pulo fora. Vai explodir. Que pena. Carro nacional que não trabalhe para a Globo não explode. Viro para olhar como está o outro carro. Mas só para confirmar que ele nem reduziu a velocidade.

Imediatamente, dois outros carros pararam ofereceram socorro. Pelo menos um, era sincero. A moça do casal chegou a descer e insistiu em perguntar se eu estava bem. Se eu precisava de alguma coisa. Ninguém viu a placa. E eu simplesmente nem pensava nisso. Pode parecer clichê, mas só pensava em duas coisas: “Estou bem e ainda tenho seguro.”.

Espero o reboque. Dentro do carro, por causa da chuva. Mais um carro pára pra oferecer ajuda e saber se está tudo bem. Quatro carinhas com cara de carteira recente. Digo que está tudo bem e preconceituosamente penso: “Só queriam mesmo ver o estrago”.

Mordo a lingua. Quando já estou sendo rebocado. O carro volta. Dois dos carinhas moram perto do local e vieram confirmar se estava bem mesmo. Dizem ter ficado preocupado, pois temiam que eu estivesse bêbado ou ignorando machucados. Explico que realmente estou ileso. Só com dor por causa do tranco do cinto de segurança.

Sabe o pior (ou o melhor)? Não fiquei nem puto com o cara da caminhonete. Não fiquei sequer nervoso. O estrago foi grande. Toda a frente do carro já era. Mas estou inteiro. E se uma alma não teve a dignidade ou a coragem para se preocupar com o próximo. Pelo menos três mostraram sincera solidariedade.

Enfim, pelo menos, posso dar início ao projeto de usar mais táxi para sair.

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