O FANTÁSTICO MUNDO DE CHUCK

24.1.06

Cotidiano de via urbana

Neste sábado, estava resolvido a dormir cedo. Nenhuma medida franciscana. Nenhuma mudança de postura. Nenhum abuso pela vida noturna. Apenas, mesmo após um agradável programa de casal, estava tomado por uma dor de cabeça avassaladora. Daquelas que você pensa que enfiaram um anzol pelo seu ouvido e estão lhe puxando o olho.

Uma aspirina e cama. Umas duas horas depois, telefone. Ignoro. Segundo chamada. Ignoro. Ligam para o do meu quarto. Xingo, mas ainda ignoro. Ligam de novo. Pode ser sério. Atendo. Com voz chorosa, minha irmã diz que roubaram o carro, o celular, o dinheiro e o ingresso para o show do Revelação (estão roubando qualquer coisa). Pergunto se houve alguma agressão, ou foi só o roubo. Tranqüilo, pois o prejuízo só era material, vou encontrá-la.

Chegando ao local, encontro minha irmã e mais umas seis vítimas dos meliantes. Nestas horas, pelos menos um pouquinho, eu não queria ser eu. Primeiro comentário que sai da minha boca: “Linda noite, hein? Como foi o show?”. Algumas caras amarradas, uns risos amarelos e pelo menos uma risada sincera (sempre há um besta).

Depois de sete demorados BOs e de uma pizza (paga por mim, pois ainda tenho um oitavo de coração). Vamos para casa. Umas 04:47:33. Lembram que eu queria dormir cedo? Lembram da dor de cabeça? Ainda estava tudo lá.

Mas mostrando uma irritante eficiência, a polícia nos acorda umas 09:00. Acharam o carro. Minhas primeiras respostas: “Para que a gente precisa ir ao local?”, “Vai você, sozinha.”, “E se eu for e roubarem o meu carro?” “Manda deixar o carro lá , fingir que não acharam e só ligarem amanhã”.

Como minhas desculpas não convenciam, vamos ao local. Lá estava o carro. Sem bateria, sem ar-condicionado, sem som, sem rodas e, obviamente, sem pneus. Pelo menos, não defecaram dentro. Conseguidas rodas e pneus (valeu Delano). Carro sendo removido pelo reboque. Minha irmã começa o diálogo:

- Mas e se não acharmos a chave reserva?
- Mesmo que a gente ache a chave reserva, não dá para subir o carro pela ladeira. E nem temos onde parar. A gente deixa o carro na rua em frente lá de casa.
- O papai vai ficar com raiva, se a gente não colocar o carro dentro.
- Daniele, o carro dormia fora toda santa noite. Agora, não tem som, não tem bateria. Acho até que faltam peças do motor. Então, se algum ladrão conseguir tirá-lo de frente lá de casa, merecerá aplausos.

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