Coloquialmente: - Amor, vou fazer uma tatuagem. Tempestuosamente: - De jeito nenhum. Isto é coisa de marginal e de rapariga. Além disso, em você já não pega bem. Ameaçadoramente: - Está me chamando de velha? Cuidadosamente: - Não meu bem. Na verdade, quis falar da sua condição de mulher casada. Não ficaria bem uma mulher resolvida ficar se tatuando como essas adolescentes perdidas. Argumentativamente: - Por que perdidas? A namorada do seu filho tem uma na nuca e, ao mesmo tempo, está na metade do curso de medicina. Venenosamente: - Olha, não falo nada, pois acho que meu garoto só está curtindo uma gatinha. Mas aquela tatuagem não é um bom sinal de caráter. Ela tatuou uma viúva negra no pescoço. Persistentemente: - Nem vou discutir a besteira desse seu comentário. E vou fingir que não ouvi o “gatinha”. O fato é que tatuagem já não é mais sinônimo de vadiagem. Cuido bem do meu corpo e acho que poderia enfeitá-lo. Teimosamente: - E pretende fazer o que? Um escorpião? Um escaravelho, talvez. Quem sabe uma serpente que tome as costas inteiras... Estrategicamente: - Pensei em colocar seu nome e alguma coisa parecida com rosas. Algo parecido com as que cobrem o corpo da Gisele Büdchen naquela propaganda que te faz babar. Indecisamente: - Em que lugar? Quase vencedoramente: - Nas costas, próximo da bunda, bem pequeninho. Conformadamente: - Então tá, mas também vou fazer uma. Preocupadamente: - O que? Devaneianamente: - Um dragão enorme, nas costas. Inconformadamente: - Ah não. Daqui a pouco, você vai estar cheio de pelancas e esse Dragão vai parecer uma lagartixa.