O FANTÁSTICO MUNDO DE CHUCK

17.2.05

Chuck – O Terrorista

Viajei ontem para São Paulo. Trabalho. Nenhuma relevância. Mas, ao chegar, notei que havia esquecido uma coisa na minha bagagem de mão. Um objeto singelo e perfeitamente aceito pelas companhias aéreas como item a se levar para o interior de uma aeronave: uma faca.

Eu mantenho uma faca daquelas de cortar pão na minha mochila. Uso diariamente para partir a laranja que eu trago para o escritório e esqueci de tirar antes da viagem. Novamente, completa irrelevância. O que importa é minha mochila passou duas vezes pelo Raio-X e ninguém questionou. Tudo bem que eu sou o Chuck. O porte de faca deveria ser legalizado em meu favor. Mas e se eu fosse um terrorista?

O leitor desconhecido deverá pensar que esta pergunta me levou a devaneios sóbrios e sensatos sobre a insegurança dos aeroportos nacionais. Ledo engano. Preferi me ver como um terrorista e ficar imaginando o que eu faria após tomar o controle do avião. Pulei logo para esta parte, pois ficar imaginando como eu conseguiria render e/ou matar tripulação e passageiros valentes, sozinho e com uma “serrinha de pão” estava Kill Bill demais.

De posse do avião, que alvo eu atingiria? O primeiro alvo seria meu próprio destino: São Paulo. Qualquer lugar. Só de implicância.

O prédio do escritório aqui do Rio também seria considerado. Cheio de gente. Inúmeras empresas multinacionais. Um antro enorme do capitalismo. Cercado por outros prédios de igual índole. Inclusive próximo ao Consulado Americano. Alvo perfeito. Saindo do personagem Ochuka Bing Latem, só teria um problema. Eu sou capitalista e não me agrado em matar um bando de gente.

Então, é melhor pensar que eu seria um seqüestrador. O que exigir? Tantas possibilidades. Os números que estão faltando na minha coleção do Homem- Aranha e dos X-Men. Mil carnavais pagos em Olinda, Salvador e/ou Rio para mim e para meus amigos. Milhas ilimitadas para voar para qualquer lugar, quantas vezes eu quiser. A cabeça do Jorge Vercilo em uma bandeja. A Scheila Carvalho. Um manual de instruções para saber como eu pousaria o avião depois de ter matado o piloto.

Bem, acho que não tenho vocação para o cargo. Vai ver por isto que os fiscais do Raio-X nem ligaram. Devem ter pesando: “Este daí? Terrorista? Seqüestrador? Fala sério. No máximo, é um daqueles que tem raiva da faquinha de plástico que acompanha a refeição no avião.” Verdade, eu não gosto da faca de plástico, mas não chega a ser uma raiva. Povo agressivo.

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