Faces da mesma moeda

Sorrio quando vejo uma criança brincando.
Penso em torturas cruéis quando vejo uma criança chorando ininterruptamente, por pura manha.

Sorrio quando vejo um yokshire gordinho andando apressadinho.
Tenho tendências assassinas quando vejo um pinche que late o tempo inteiro.

Sorrio quando os clientes pagam e, por tabela, eu recebo.
Xingo e ameaço até a mãe do guarda quando os clientes não pagam.

Sorrio quando como muito, bem e pago pouco (ou pago o justo).
Anseio por decapitar o garçom arrogante, o cozinheiro fresco e o maitre bicha quando como pouco, sou mal atendido e pago uma fortuna. Aliás, também penso em me matar só por ter entrado no tal lugar.

Sorrio quando vejo a Playboy da Scheila Carvalho, da Sheila Melo, da Mel Lisboa, da Syan, da Franciuli Fredusesky, do Trio do Axé Blond, da Luma de Oliveira.
Pesquiso o preço de mísseis intercontinentais quando lembro a Playboy da Ida do Vôley.

Sorrio diante de um bom filme.
Penso se o canudo de refrigerante, devidamente dobrado até adquirir resistência, poderia ser enfiado na orelha de quem não se cala enquanto eu vejo um filme.

Sorrio diante de pizza, rodízio, camarão, sorvete de flocos, toddy...
Penso em arrancar minha gordura com um serrote, quando vejo o efeito daquela comida.

Sorrio diante de cerveja gelada.Paro de beber e penso em virar pastor no dia em que a única coisa para beber for Kaiser.

Palavras de Giuliano "Chuck", às 09:27h.