A Paixão de Cristo – O Filme

Não poderia deixar de assistir. Mesmo que a polêmica tenha minado minhas expectativas. Havia encasquetado que tudo teria puro fim comercial. A controvérsia sobre a exposição agressiva do calvário, em principio, parecia-me a intenção dos produtores. Isto atrai o público.

Eu estava errado. Não descarto o fim comercial. Fox, Warner, etc não são burros. Evidentemente, eles sabiam que a polêmica atrairia o público. Era tudo uma questão sobre a forma de divulgação da mesma. Mas o filme é muito mais do que mera polêmica.

Mesmo para quem não é cristão, estamos falando de uma das histórias mais intensas que já foram contadas. As pregações de Cristo, mesmo quando submetido ao sofrimento, incomodam e fazem pensar no quanto erramos.

Acrescente à intensidade das lições um espetáculo realistico e desconfortante da mais pura violência. Não se trata de batalhas entre ingleses e escoceses. Não é uma briga entre traficantes bem humorados e boxeadores teimosos. É violência seca, ilimitada e covarde.

E esta é a única parte com a qual eu concordo com os críticos conservadores. O filme é muito violento. Mas não creio que deveria ser diferente. Foi uma forma de transmitir a mensagem: causar angústia. O resto que disseram eu não vi. E eu não vi por conceitos próprios. Não tenho como odiar os judeus de hoje, se seus antepassados de fato capturaram, humilharam e condenaram Cristo. Não poderia odiar os alemães de hoje pelo que fez a geração Hitler. E nem espero que os paraguaios nos odeiem por, no passado, termos barrado seu momento de prosperidade e tomado parte do seu território.

Ou seja, não vi uma mensagem anti-semita no filme. Vi, sim, uma exibição nua e crua do que dizem estar na Bíblia. Vi um ótimo filme. Do tipo que não sei se assistiria de novo. Como falei antes, causa angústia. Mas, se é que é possível, uma angústia imperdível.

Palavras de Giuliano "Chuck", às 09:40h.