Neste espaço, pretendo escrever sobre coisas que somente falaria nas profundas conversas no Assis da Picanha e cia. Ou seja, sem o perdão do machismo, serão papos de homem. No geral, isto significaria: futebol, mulher e frescar um com os outros. Mas quando o grupo específico é minha turma, há assuntos a serem inseridos: humor besteirol, eventos esportivos que possam ser sacaneados (o esporte não interessa, mas sim a piada), mulher, mulher e mulheres.
Este último assunto, tão pouco freqüente em nossas conversas, será o primeiro abordado. Óbvio que não falarei de mulheres conhecidas, da turma e/ou agregadas. Não sou tão maluco assim para deixar tais conversas expostas por escrito. Apenas, leitoras, por isto, não pensem que tais conversas não existem.
Começarei falando da publicação ícone da gratificação masculina: a Playboy. Desde meados da infância, as páginas da revista permeiam as mentes masculinas. Um colega que leva o baralho da Playboy na mochila. Outro que pegou a revista do irmão mais velho escondido. Um felizardo cujo o pai dava-lhe a revista desde o princípio da pré-adolencência. Esses personagens, quando não nós mesmos, permitiram o acesso ao mundo de beleza criado pelo Sr. Hugh Hefner (acho que é assim que se escreve).
Várias edições já encheram nossas mentes. Verdadeiras obras primas como Cristina Mortagua, Andréa Guerra, Mari Alexandre, meninas do Axé Blond, Feiticeira, Tiazinha, Dani Bananinha, Nana Gouveia, Paloma Duarte, Tathiana Ramé, Sheila Melo, Syang, foram desnudadas naquelas páginas. Até mesmo uma que se tornou objeto de culto religiosos do qual meus amigos Wallace e Gustavo, além de mim, fazem parte: Scheila Carvalho.
O Sr. Hefner merece todo nosso respeito e inveja. Além de criar uma das maiores instituições do prazer masculino, levou e leva uma vida invejável, ainda que com a ajuda confessada do comprimido azul.
Este texto intencionalmente chato de enaltecimento foi para uma espécie de sentença anterior ao famigerado “mas”. Estou puto com a Playboy. Especificamente, com o Sr. Hefner. Explico: logo após a edição com a Syang na capa, li que ele emitirá ordem para que a revista retornasse a um estilo de maior classe. Em outras palavras, voltasse aos tempos mais comportados. A primeira e maior decepção após esta orientação foi a com a Kelly Key. Esperava-se fotos mais ousadas, exatamente por quem era a capa. Mas a revista ingressava em um novo universo. Algo como se a revista Nova voltasse seus textos para o público masculino e passasse a exibir fotos mostrando os pelos pubianos.
Veja, por exemplo, a edição com a Sabrina. Ela é linda, escultural, mas cadê a maldade, a sacanagem? Ainda não estou pedindo que a Playboy vire pornográfica (ainda). Mas edições como a segunda da Feiticeira e a do Trio Axé Blond mostram que eles podem ser mais ostensivos e ousados sem perder a tal classe. Conceito este que acho que nunca existiu como lei suprema. Apenas, no passado, eles eram naturalmente mais comportados.
Talvez, o problema seja eu, que não sou mais tão paciente para criar contextos em minha imaginação com base em fotos comportadas. Talvez... O fato é que tenho pensado em seguir um conselho do Wallace e, doravante, só comprar a revista Brasil (acho que o título da publicação é Brazil, mas fiquei na dúvida). É só pular os textos destinados ao público gay masculino e os medonhos anunciantes.
Não sei... Por enquanto, a Playboy ainda reina. Mesmo que pela tradição.