Inegavelmente, o filme consegue prender a atenção de quem o assiste. O Farrel está bem no papel de agente atormentado pelo maluco do telefone. Há também o aspecto interessante de o filme ter sido gravado em tempo real. Mas o filme tem pouco a acrescentar.
Não estou querendo exigir que o filme tivesse o conteúdo de um Sociedade dos Poetas Mortos. Estou julgando-o dentro do seu próprio gênero, o suspense. Não há nada de novo, ou inusitado. Melhor dizendo, não há nada de efetivamente inesperado. Não se trata do filme de suspense clássico que leva o telespectador mais astuto a buscar seu final. Ou aquele tipo que o final era tão inesperado que o filme nem parecia de suspense (muitas vezes, de fato não era, como O Sexto Sentido).
Em suma, o filme é morno. Se for cinéfilo, ou estiver querendo se distrair, pode assistir. Mas você não se arrependerá se esperar pelo DVD.
***********
Já escrevi antes que o trailer de Hulk não me empolgou. Na semana de sua estréia, confesso uma certa apreensão. Temo que esta adaptação dos quadrinhos não seguirá a linha crescente de suas antecessoras recentes (X-Men, o Homem-Aranha, X-2). O meu temor está exatamente nos efeitos especiais. O Hulk se propõe a ser um personagem com uma certa complexidade psicológica. O mostro verde é a manifestação dos sentimentos reprimidos do Dr. Robert Bruce Banner (ou David Banner, para os fãs da série). Esta explosão de sentimentos é apenas mais peculiar graças à radiação gama.
Meu temor é que essa complexidade não possa ser traduzida pelo mostro digitalizado e gigantesco, maior que o Hulk dos quadrinhos. Tomei uma decisão, pois já estou predisposto a me decepcionar: para não me sentir influenciado, assim como fiz com X-2, só lerei qualquer crítica sobre o filme após assisti-lo.