O FANTÁSTICO MUNDO DE CHUCK

26.5.03

VIOLÊNCIA e FIM DE SEMANA

Não fui alvo de qualquer atentado (esta é a melhor palavra) aqui no Rio. Sequer presenciei alguma cena de violência. Todavia, na noite de sexta para sábado, a violência chegou o mais próximo de mim ao atingir pessoa do meu convívio e um dos poucos amigos que aqui tenho: o Rodrigo, filho do Ministro Luis Fux.

Ouvi da boca da própria vítima (o Rodrigo) o relato detalhado de todo o acontecido. Peço desculpas aos curiosos, pois não escreverei tal relato. Não há uma razão específica para tanto, mas prefiro não escrever. Quando fui ver como eles estavam no sábado, preferia não perguntar. Seria uma insensibilidade obrigá-lo a ficar lembrando e contando o que tantos perguntaram e vão perguntar. O importante era e foi saber que eles fisicamente estavam bem e que o pai se recuperará das lesões sem maiores complicações e sem precisar de intervenção cirúrgica. Mas o Rodrigo espontaneamente me relatou todos os detalhes.

A crueldade dos assaltantes ao espancarem e quase matarem o Dr. Fux na frente dos filhos amordaçados. A forma sádica como o criminoso se divertia enquanto alisava a faca na garganta do Rodrigo e insinuava o estupro da irmã (isto eles não fizeram). A brutalidade do espancamento a que o Ministro foi submetido. Tudo foi sórdido.

Não é uma exclusividade do Rio. O problema aqui tem maiores proporções, mas eventos parecidos não deixam de ocorrer pelo resto do país. A situação exige atitude enérgica. Alguma coisa começou a ser feita, como se ver no Estado do Espírito Santo, mas ainda falta muito. E o crime reage e reagirá. Não serão poucos os juizes e promotores que serão assassinados. A Itália passou por isto quando confrontou a Máfia. Aqui não será diferente e talvez seja pior. O certo é que uma reação concreta, enérgica e direcionada tem de iniciar e não poderá parar. Calem-se os que dizem que é só uma questão social e que, se não houvesse tanta miséria, ninguém estaria roubando, ou traficando. O crime ganhou proporções maiores do que isto. Se organizou e atrai tantos adeptos, pois é visto como um emprego informal de altos lucros, apesar dos riscos. O combate paralelo à miséria ainda é importante, mas sozinho não resolverá nada.

Este texto começou sem objetivo concreto e, como vocês puderam ler, mudou de enfoque sem se preoculpar com conexão. A minha idéia inicial era apenas desabafar. Agora, ainda sem preocupar com a idéia de começo-meio-fim, gostaria de prestar uma homenagem aos profissionais que se dedicam a enfrentar o crime. Incluam nessa lista o juiz assassinado no Espírito Santo e um certo promotor piauiense (não me recordo o nome) que perdeu família, privacidade e liberdade por se dedicar à prender grandes criminosos.

Por outro lado, excluam o Sr. Garotinho dessa lista. Diante de uma situação de tamanha gravidade, ele só se preocupa em deturpar dados estatísticos para defender que o Rio não é o estado em que o problema da criminalidade é mais contundente. Ao invés de só se defender, ele deveria agir.

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Fora isto, o fim-de-semana foi meio legal. A parte legal fica por ter assistido a Matrix Reloaded e por um aniversário de um advogado em que pude ficar papeando e conhecendo melhor algumas pessoas do VAARJ. A parte ruim é uma certeza: a caboja me alcançou. No sábado, fui a um local em que todo mundo costuma se dar bem. Havia mulheres dando mole. A concorrência não era muito grande. Mesmo com esse clima propício, não fiquei com ninguém. Parecia que estava travado, tamanha era minha inércia. Quando tentava agir, empurrando o carro da convicção, o motor engasgava, a macha travava e a bateria descarregava.

A caboja me pegou. Resta saber se ela ficará só comigo, ou se, tal qual o Agente Smith, evoluiu e poderá atuar de forma multiplicada. Aí, salve-se quem puder.

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