RETORNO – FATOS

Pois é, estou de volta.

Tentei remarcar meu vôo para a madrugada, mas não foi possível. O chato foi a expectativa gerada pela chance de que o avião fosse lotado e eu, como voluntário, fosse deslocado para o vôo de hoje pela manhã e ainda ganhasse uma passagem extra. Mas não rolou.

A viagem foi bem cansativa. Eu normalmente durmo com facilidade em avião, mas dessa vez devo ter dormido uns quinze minutos e fiquei lendo O Senhor dos Aneis quase o tempo todo. O primeiro problema que impediu meu sono é que o vôo fazia uma escala em Recife. Sofro de dor de ouvido em aterrissagens e isto faz de cada escala um suplício.

Outro detalhe é que, em Recife, embarcou uma criança linda que eu estava com vontade de torcer o meigo pescocinho. É que ela não parou de chorar. Se bem que, coitada, podia ser dor de ouvido também, ou estava com calor, ou enfada, ou inquieta, ou com piolhos, ou com vermes. Particularmente, prefiro acreditar que ela era uma enviada de Satã destinada a impedir o sono dos passageiros e, se possível, explodir o avião com suas agudas ondas sonoras.

Quando a pequena Mefisto resolveu recuperar o fôlego, o pessoal da TAM reduziu a luminosidade da cabine e passou uma programação ideal para se dormir: um show da Ivete Sangalo. Tente tirar uma soneca ao som de: “festa no gueto, pode vir, pode chegar...”

Como eu já não estava com sono, continuei lendo a saga do Sr. Frodo e sua Sociedade.

Por fim, chegamos ao Rio. Esteira de bagagens. Sempre dou o azar de minha mala ser uma das últimas a ser entregue. Mas, desta vez, ela não foi entregue. É que ela decidiu ficar no avião e passear por Curitiba.

A ironia é que advogo em casos de perda de bagagem, mas na defesa das companhias aéreas. Todavia, a TAM resolveu confirmar que, mesmo após a besteira, ainda é minha companhia favorita. O pessoal do atendimento foi altamente atencioso e minha mala acabou de ser devolvida intacta.

Bom, esta é parte fática da minha viagem de retorno.

Palavras de Giuliano "Chuck", às 12:53h.