O peso da distância mencionado no post anterior e a decisão de, o que eu tiver para fazer agora, fica para o fim-de-semana, fizeram-me decidir por escrever sobre mais um dos quatro “primeiros” assuntos (o que seria o primeiro, Aniversário/Churrasco, está dependendo de uma agilizada na grande ajuda que um amigo e leitor está prestando).
Saudade. Um sentimento bem estranho. Sei que a estranheza costuma ser uma característica dos sentimentos mais complexos, mas a saudade tem algo de peculiar. Talvez, como o amor, você sempre pode imaginar como alguém deve está se sentindo, mas, diversamente dos sentimentos mais simples, há um oceano de diferença quando é você quem sente.
A saudade não é avassaladora, ou depressiva, mas intensa. Muito intensa.
Para muitos, talvez, para todos, eu não devo transparecer os efeitos desse sentimento. Alguns me tem como “casca-grossa” no quesito sentimento. De fato, sou um pouco. Fiquei assim com a existência, meio frio. Como alguns dizem: bem mais razão do que emoção. Esta característica, junto com o bom humor, são as que mais me dão apoio interno.
Mas, graças à Deus, não perdi a humanidade, ou melhor, a sensibilidade. De forma errada, às vezes, a escondo. É mecanismo de preservação, ou costume. Mas sinto.
No churrasco de aniversário/despedidas e em outras ocasiões ouvi várias manifestações de que faria falta, pedidos para que eu não fosse, enaltecimentos (bem exagerados, até) à minha pessoa. Em nenhum das vezes, demonstrei o quanto aquilo me lisonjeava e comovia.
Claro que há as manifestações políticas, de pessoas mais distantes e/ou de convivência mais diferenciada. Estas, quando sinceras e não acho que houve muitas falsas, soam legal. Mostram, no mínimo, um bom valor sobre mim.
Agora, as que pesavam mesmo eram as que vinham de pessoas queridas e amigas. Estas demonstravam sua tristeza com minha vinda e enalteciam a minha pessoa, seja por palavras, choros, abraços, gestos, e até pelo silencio.
O que vocês não entendem é que não sou eu quem merece ser enaltecido, mas vocês. Não acredito no ditado, “diz-me com quem andas e eu te direi quem és”, mas, se acreditasse, tenho certeza que vocês me poriam no mais elevado conceito.
Agradeço aos que não foram me deixar no aeroporto. Sério mesmo. Mesmo sem eu ter pedido para não irem (sabia que, se eu pedisse, alguns se sentiriam forçados a ir). Odeio despedidas e já foi difícil me despedir da minha família. Ver eles chorando. Meu irmão, minha irmã, meu pai. Eu não chorei na frente deles. Nessa hora vi que, definitivamente puxei minha mãe. Ambos, por algum sentimento interno inexplicável, só ficamos com os olhos marejados. Agora a viagem foi horrível.
A saudades dói.
Parei um pouco de escrever, pois deu um nó na garganta e os olhos ameaçaram lacrimejar. Fui pegar um café. Tirei uma brincadeira com o Ricardo Miranda. Voltei.
Não quero que sintam pena de mim. De forma alguma. Não é esta a intenção desse texto. Prefiro até que fresquem comigo.
Este blog foi criado com um fim muito egoísta, pois não posso ser caracterizado como um “blogueiro”. Seria uma forma de eu manter contato com vocês . Para vocês terem uma idéia, criei até espaço para briga entre Mateus e Wallace. Logo eu que não tinha paciência para a briga deles (entendam, já era engraçada, mas costumava ficar séria).
É uma pena que alguns amigos não tenham o hábito de acessar, mas já é ótimo ter vocês presentes. Aliás, intimem a Keyla para aparecer aqui.
Bom, voltando ao ponto, esse blog passou a ser um espaço meu e não só um meio de contato. Então resolvi nele desabafar todo o sentimento de saudade ressentida. Foi bom extravasar. Agora até acho que a saudade é importante, pois mantém o sentimento para com a pessoas distantes.
Mas, já que já cheguei ao limite da emotividade, só posso concluir com uma frase simples. Não vou me aventurar em poesias, pois, ao contrário de alguns amigos blogueiros, não tenho esse dom. Mas, acho que essa frase ainda resume muita poesia e significado:
AMO VOCÊS.
P.S.: Sei que costumo errar na escrita, mas, dessa vez, peço-lhes desculpas, pois, para evitar novos nós na garganta, não reli uma linha.